Nova regra para financiamento vai afetar o Minha Casa Minha Vida
Conselho Monetário Nacional (CMN) quer concentrar os financiamentos na tabela SAC, cuja prestação começa mais alta e vai sendo reduzida ao longo do financiamento.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) tomou a decisão de retirar de vez do mercado os financiamentos usando a tabela PRICE, que é um sistema de amortização em que as prestações começam mais baixas e vão subindo ao longo do financiamento, o que deverá afetar consideravelmente o programa Minha Casa, Minha Vida, uma vez que deverá diminuir o valor máximo financiável de acordo com a renda.
O governo quer que o Minha Casa concentre os financiamentos usando a tabela SAC (Sistema de Amortização Constante), que é uma modalidade em que as prestações começam mais altas, porém, vão diminuindo ao longo do financiamento.
Price – Prestação começa mais baixas e vão subindo ao longo do financiamento (prestações crescentes). SAC – Prestação começa mais altas e vão diminuindo ao longo do financiamento (prestações decrescentes).
Embora a tabela Price corresponda apenas 0,6% da carteira de financiamentos, a mudança deve afetar o valor máximo que uma pessoa conseguirá financiar pelo Minha Casa, Minha Vida. Uma família com renda de R$ 2 mil, por exemplo, consegue financiar um imóvel de até R$ 100 mil pela tabela Price; caso o financiamento seja feito usando a tabela SAC o valor máximo do imóvel cai para R$ 70 mil, o que é uma diferença considerável entre os dois sistemas.
Embora a maioria das famílias prefiram pagar mais caro no começo e ter as prestações reduzidas ao longo do financiamento. Muita gente ainda opta por parcelas crescentes para poder financiar um imóvel de valor maior.
O Banco Central (BC) quer evitar o que aconteceu na década de 1990, quando o saldo devedor dos imóveis superou o valor de mercado, tornando os financiamentos impagáveis. A tabela SAC é mais segura pois a amortização dos juros do financiamento já acontece nas primeiras prestações – que são mais altas – tornando o crédito mais seguro, além de baratear a mensalidade ao longo do financiamento (e não o contrário, como acontece com a tabela Price).
O Conselho Monetário Nacional também aumentou o valor máximo do imóvel que pode ser financiado com recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) nas seguintes cidades: São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília; subindo de R$ 750 mil para R$ 950 mil.